linhas

Regresso à cidade que me acolhe, uma brisa fresca... ou fria? ...envolve me como um lençol de seda, mas aqui irritante, está frio... a cidade permanece igual, inerte na bruma de neblina e chuva, entro no Sneiltrein rumo a casa. Sento me, relaxando, numa merecia calma olho para cima e reparo nas linhas de luz sobranceiras a mim, parecem mover se daqui. Até nelas denoto arte, como se o seu criador, algum holandes carranculo e hipertenso, as tivesse desenhado para alimentar o seu espirito, esse ja bem farto das linhas rectas desta terra de paises baixos...

Rumo ao fim...

Se olho para trás e vejo o adiante, olho para a frente e vejo o mesmo dia presente... àquela velocidade boa, de cruzeiro essa mesmos, não fosse a maquina germanica, idosa e ja bem rodada e com os km de experiencias feitas, assim me dirigo eu ao fim de uma aventura, na certeza porém que outras virão, nesta ou noutras paisagens e paragens não sei, mas virão certamente
Por agora a constação de um passado nesta estrada da nossa vida, que apesar de preenchido se olhar para tras me parece de todo vazio. Adiante novos lugares me surgirão, a estrada, ora vazia ora repleta de tudo, permite uma condução descansada e sóbria, ainda que por vezes a mente de sóbria pouco tenha.
Aos que comigam partilharam momentos, bermas de estrada, estações de abastecimento entre outras contingências de quem nela rola, um abraço, um adeus, um até sempre e até já.
Sabendo que não vou só, ando nela contudo sozinho. Até um dia, sim até um dia talvez, até aquele dia em que Amsterdam, London ou Berlin, não sejam mais que um momento desta vida nossa vossa, mas que por agora e aqui neste espaço está só, e em mim...